O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), revelou uma importante questão para o futebol brasileiro. Em entrevista exclusiva à rádio Super 91,7 FM, ele diz que o processo para a aprovação do projeto de lei em que transforma os clubes de futebol em empresa será votado no próximo mês, em março.

Autor do Projeto de Lei 5516, que cria a SAF (Sociedade Anônima do Futebol), uma S.A específica para a modalidade, Pacheco disse que só haverá ganhos para o futebol brasileiro com a aprovação do projeto. 

"O projeto clube-empresa é de minha autoria no Senado federal. Ele profissionaliza a gestão dos clubes, gerando governança coorporativa, cria controles internos, compliance, cria a sociedade anônima do futebol. Será uma mudança de paradigma. Recomendo a leitura de um artigo recente do Juca Kfouri sobre isso, sobre a importância disso para o futebol brasileiro, que está na bancarrota", disse.

Rodrigo faz questão de destacar que o projeto não irá apenas beneficiar o Cruzeiro, que, atualmente, atravessa uma das principais crises financeiras de sua história e que precisa mais do que nunca de que o projeto de lei seja aprovado para resolver problemas importantes que assolam o clube celeste.

"Conversei muito com o senador do Rio de Janeiro, Carlos Fortin, foi advogado na área desportiva antes de ser senador, tem muita experiência neste sentido, o que combinei com ele é que a partir de março vamos avançar nesse processo e acredito que vamos ter consenso nisso. Não vai ser bom só para o Cruzeiro, vai ser bom para o Atlético, para o América, para o Villa Nova, para todos. Por isso, o apoio de todos, porque será muito importante para o futebol. Será a possibilidade de gerar economia nos clubes de futebol. Acho que em março a gente consegue aprovar esse projeto no futebol", declarou.

O último registro do site do Senado sobre o PL mostra que em 3 de dezembro ele aguardava documentação. O projeto foi elaborado com a participação dos advogados Rodrigo Castro e José Francisco Manssur, ex-dirigente do São Paulo. A transformação em SAF seria opcional.

Entenda o caso

O PL chegou a passar por algumas comissões mas, desde maio do ano passado, está parado. Paralelamente, um outro projeto de lei, o 5082/2016, aprovado na Câmara dos Deputados em novembro, seguiu para o Senado mas também está parado. O texto aprovado é um substitutivo do relator, o deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ), ao projeto inicial, do deputado Otavio Leite (RJ) e do deputado Domingos Sávio (PSDB-MG).

Há, no entanto, um entendimento entre as duas casas, para reunir as duas propostas numa só. A proposta do senador Rodrigo Pacheco cria a chamada Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

Já o PL do deputado Pedro Paulo – que se licenciou recentemente do cargo para assumir uma secretaria na Prefeitura do Rio – não cria a figura da SAF mas tem ideias em comum, como vantagens tributárias e renegociação de dívidas.